9.2.06

Eu e Eu

Jorge Luis Aparecido Matheus

Pois é festa no país. Mariana tirou um dente e vou ficar com ela em casa. Estou com saudade do Heitor, a última vez que o vi foi em seu aniversário em dezembro do ano passado. Quase dois meses sem vê-lo. Isso porque moramos na mesma cidade. Ironia do destino. Uns dizem pai desnaturado e outros pai distante. Penso que há de chegar o momento exato desta questão relacionada à educação e convivência com os meus filhos, onde eu possa ser também feliz com as suas presenças. Definitivamente.. Por enquanto vou trabalhando para que isso ocorra muito em breve.
É carnaval e eu adoro que as pessoas se divirtam. Eu faço música, meu trabalho é cantar e tocar música popular o ano inteiro, o tempo inteiro, quase que 24 horas por dia. É sério, não estou para brincadeira, mesmo que seja de carnaval. Sábado vou cantar vinte e uma marchinhas lá no Ponto 1 pô! Enquanto as pessoas se divertem eu trabalho. Não reclamo e me divirto também, sei muito bem o que quero e aonde posso chegar cantando e tocando, fazendo arte no Brasil contemporâneo.

Bençãos. Meus filhos não estão por perto, mas eu os abençoo. Assim será para sempre. Quando eu não puder mais cantar, eu rezarei para que toda felicidade da vida esteja em suas vidas. Amo viver e procuro estar caminhando o meu caminho de volta com retidão.
Eu vinha querendo dizer algo. Mas alguma coisa me
disse: não tenha medo
de cair no ridículo. Lembrei-me de Alceu Valença
e da noite em que
conheci Elba Ramalho e Geraldo Azevedo em Olinda.
Elba chegou a deixar-me o
seu endereço no Rio de Janeiro. Nunca mais a vi.
Apenas na televisão e em alguns shows.
Coloquei os números dos meus telefones de contato direto, um de São Paulo e outro de Campinas, para que as pessoas falem comigo. Estou escrevendo aos poucos e postando aqui no blog, para que qualquer um/uma leia e se possível contribua com comentários. Então você que me lê agora, faça-me o favor de ir se acostumando a visitar-me sempre que puder e dar o seu toque. Não custa nada e além do mais, estaremos estreitando os nossos laços de amizade e comunicação, efetivamente.
Por enquanto, ainda não sei até quando, na minha página no Orkut, estarei sem o álbum de fotos, receberi recados e após lê-los os apagarei e de quebra não participarei de nenhuma comunidade. Adoto aqui a tese "menos é mais". Fica aqui o convite para que todos compreendam e empreendam comigo a caminhada.

Eu sei fazer uma canção. Eu compus, eu componho uma canção. Às vezes eu sonho com alguém cantando uma canção que fiz. Sou compositor, canto e toco guitarra.

Olhando para dentro, com firmeza, tudo acaba sendo o que era de se esperar. Meditar para melhorar. Sempre!

São sempre os mesmos, que nos escrevem, formulam questionamentos e formam opiniões. Chega o momento certo de agir, enquanto vou tomando conhecimento do funcionamento da máquina que governa o meu destino. Não dá mais para ficar parado, esperando o carro passar. Tomo coragem e vou à luta. Sei que não estou só nesse caminho, mas por enquanto preciso continuar seguindo com as minhas próprias pernas. Assim como se eu já estivesse percorrendo o Caminho de Santiago, por exemplo.

Villa-Lobos trabalhava ouvindo rádio na sua época. Na minha, hoje, eu trabalho olhando e ouvindo televisão. Olhando e lendo na tela do computador. Há aqui uma diferença muito grande.

Eu e Eu. Meu mundo e nada mais. Meus pais são belos, meus irmãos são belos, tenho amigos e amigas que são belos e belas, meus filhos são belos, minha amada é bela. Vou tratar de coisa mais bela ainda: Jah. Assim sou eu. Eu e Eu. Com Jah e as energias positivas e as negativas. Caminho pelo equilíbrio do yang e do ying. O lado mal está aí na vista, até o noticiário das grandes agências de notícias vivem desse mal. É triste, mas é a mais cruel realidade. Sigo a luz que vai guiando-me enquanto posso ser fiel à mim mesmo. Eu e Eu.

A palavra que procuro me faz dormir mais cedo. Procuro pela palavra, a palavra que faz com que eu seja liberto. Livre para ser um guerreiro feliz com quem eu quis e quero. Hoje não basta procurar por amizade. Eu procuro pela palavra e sei que vou encontrá-la. Lendo um livro, talvez. Um jornal, uma revista semanal. Quem sabe, eu a encontre aqui mesmo no gramado do meu quintal. Então eu durmo mais cedo. Quando levanto, após ter dormido suficientemente bem, sinto que a vida nada mais é que se preparar para a morte. Dizem que quando dormimos, morremos um pouco. Vamos chegando mais perto da não morte, envelhecendo. Eu não sei se a não morte também é vida. De uma coisa eu tenho certeza, é bom viver, ainda mais quando levamos uma vida bem vivida, sofrida, mas bem feita.

Nem adianta pensar em morrer, achando que essa vida é uma só e tudo acabará tão de repente quanto um passe mágico. Eu não vou mais viver assim: pensando em morrer. É melhor começar a pensar em outras coisas mais significantes. Andar, por exemplo. Quando se anda o valor que temos de tudo e o apego que temos dos objetos vai se dissipando aos poucos. Até que se para outra vez. Daí é só pensar na caminhada que se fez e não pensar mais na morte.

Eu sou de morte. Sinto, cada vez mais, a necessidade de evoluir enquanto ser humano. A minha vontade maior é poder ter por perto as pessoas que eu amo de verdade. Acredito ser possível se viver em harmonia com o próximo. Eu sou de morte no sentido da coisa alegre da vida. Eu tenho o privilégio de amar e ser amado. Tudo vai se tornando mais próximo daquilo que posso entender ou discernir como sendo a alegria de viver, mesmo que se seja de morte. A morte é um tabu no Ocidente mais próximo de nós brasileiros com o corpo e alma na África Negra. O Oriente lida com essa questão de maneira muito natural.