2.6.06

Dino Sete Cordas e o pouco caso do Jornal Folha de São Paulo

Falece o violonista Dino. Gênio do Violão de 7 Cordas.
O Jornal Folha de São Paulo publica no domingo, 28 de maio de 2006, na página A24 brasil, a seguinte nota de rodapé:

O "violinista"(as aspas são minhas) Horondino José da Silva, conhecido como Dino Sete Cordas, morreu na madrugada de ontem, aos 88 anos, em consequência de uma pneumonia. O músico estava internado no hospital público do Andaraí, na zona norte do Rio.

Nascido no bairro do Santo Cristo, subúrbio do Rio, Horondino Silva ganhou seu apelido em 1954, quando mandou fazer seu primeiro violão de sete cordas, com o qual se tornaria um dos principais instrumentistas do país.

Na década de 1960, juntou-se ao célebre conjunto Época de Ouro - criado em 1966 por Jacob do Bandolim e César Faria, pai de Paulinho da Viola. Como produtor, trabalhou ao lado de Noel Rosa e Pixinguinha. Foi ainda responsável por arranjos e regência de muitos discos célebres, entre os quais os dois primeiros álbuns de Cartola(1974-1975).

Na próxima terça acontecerá um show em homenagem ao músico, inicialmente marcado para arrecadar fundos para o seu tratamento. A apresentação terá artistas como Paulinho da Viola e Beth Carvalho, e acontece às 19h30, no teatro Carlos Gomes (pça. Tiradentes, s/nº, centro, Rio de Janeiro, tel.: 0/xx/21/2232-8701).

Não é preciso comentar aqui que fiquei muito triste. Recebi e divulguei uma comunicação sobre o show um dia antes da morte do Mestre Dino 7 Cordas. DJ Paulão está certo quando me escreve dizendo que de uma homenagem, o show passou a ser um tributo. Fico ainda mais chateado com esse tipo de nota jornalística de última hora, como esta aqui da Folha e sua reportagem local, via Folha Ilustrada. Considero este o retrato fiel da hipocrisia e o quanto o músico brasileiro é mal tratado na sua própria terra. Um descaso explícito do jornal, formador de opinião com suas mancadas e erratas.

Todos sabiam que o Mestre Dino toca violão, e de sete cordas. Mestre Dino não tocava violino. Isto tem que ficar muito claro. Só a folha não sabia.

Uma desfeita com o artista do Brasil nunca pode ficar no barato.

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